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PLURAL: os textos de Márcio Bernardes e Rony Cavalli

Brasil, uma ameaça global
Márcio de Souza Bernardes
Advogado e professor universitário

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Desde antes da pandemia, que completa um ano neste dia 11 de março e mais de 2,6 milhões de mortes no mundo, o Brasil já estava sendo considerado um pária internacional, em razão dos absurdos cometidos, desde 2019, pelo governo de Jair Bolsonaro. Agora a situação se agrava. A imagem do Brasil no exterior é, talvez, a pior de toda sua história. A jornalista Eliane Brum, do jornal El País, replicou em suas redes sociais um artigo do jornalista e escritor canadense radicado em Londres, Gwynne Dyer, no qual este afirma que, se fosse um "ditador global", ele colocaria o Brasil em quarentena ("ninguém entra, ninguém sai") e "manteria o país isolado até: 1) prender Bolsonaro, 2) fazer um lockdown de pelo menos 2 meses; 3) vacinar toda a população". Estas palavras demonstram a imagem atual do país no cenário internacional. O Brasil está se tornando (ou já se tornou) uma "ameaça global". O crescente número de mortes por Covid-19 (que já se aproxima de 270 mil); o caos e o colapso do sistema de saúde nacional; nenhuma medida séria e unificada do governo federal para reduzir o contágio e a propagação do vírus; uma política de vacinação pífia, desastrada e irresponsável, tornam o Brasil um perigo à imunidade global, e colocam em risco o esforço de vacinação dos demais países, dadas as incontáveis possibilidades de mutações do vírus. Aliás, estudos recentes indicam que a variante brasileira do vírus é duas vezes mais resistente à vacina do que a versão original.

Enquanto nossa imagem se esfacela no exterior, o presidente da República declara: "chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando"? Uma comitiva do governo vai à Israel em busca de um suposto "remédio milagroso"; Médicos em Santa Maria assinam uma nota indicando "tratamento precoce" com cloroquina, ivermectina, e quetais. Em outro movimento, o presidente da República intervém na Petrobrás, gera uma desconfiança internacional, e mais uma vez sobem os preços dos combustíveis, cai a bolsa de valores e desvaloriza ainda mais o real. Aliás, também segundo Eliane Brum, "as interferência de Bolsonaro na Petrobras e a situação fiscal complicada fizeram o real ter um dos piores desempenhos no mundo neste ano, superando até a moeda de Mianmar, país que passou por um golpe militar".

Diante disso tudo, a pergunta: até quando a elite brasileira vai manter este genocida no comando? Ou o projeto neoliberal é mesmo o extermínio de parte (especialmente a parte mais pobre) da população brasileira?

Lembrando Hannah Arendt, citada no recente manifesto "vida acima de tudo", assinado por artistas e intelectuais brasileiros, "vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança". 

A enfadonha e cansativa culpa do Bolsonaro  
Rony Pillar Cavalli
Advogado e professor universitário

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Ouvir da mídia tradicional que, qualquer coisa ruim que acontece, tudo é culpa do Presidente, já chega estar enfadonho, pois já tentaram de tudo, fruto de suas inconformidades com o resultado das urnas que lhes surrupiou bilhões de seus cofres, em forma de publicidades governamentais.

O ritmo lento das vacinações no Brasil, claro que a mídia já tratou de responsabilizar o Governo Federal, especialmente o Presidente, acusado de negacionista, terraplanista e um monte de "ista" mais, tudo fruto de que sempre, desde o início, pregou que tanto a saúde como a economia deveriam ter tratamentos privilegiados, sendo contra fechamento do comércio.

Realmente a vacinação não está no ritmo desejado, porém, o que a mídia tradicional não mostra é que a União Europeia também está muito atrasada em sua vacinação e pelos mesmos problemas brasileiros.

Autoridades Europeias também colaboraram para que o ritmo da vacinação não emplacasse, especialmente Emannuel Macron, com declarações infelizes sobre a eficácia das vacinas, porém, embora a imprensa europeia tenha criticado o Presidente Frances, a mídia brasileira calou-se, dando ênfase apenas ao que poderia atingir a popularidade de Bolsonaro. Os problemas europeus são muito bem retratados na matéria veiculada no site da BBC, a qual relata quatro motivos do atraso na vacinação da Comunidade Europeia (https://www.bbc.com/portuguese/ internacional-56264205).

O PIB brasileiro caiu 4,1% em 2020, sendo que as projeções davam conta de que a queda ficaria acima de 7%. Para a mídia militante brasileira, a queda no PIB brasileiro nada teve a ver com a pandemia, com a economia estagnada e muito menos fez qualquer menção de que o Presidente avisou desde o início que não deveríamos fechar comércio e que o resultado na economia levaria a resultados piores do que o causado pelo vírus.

Os mesmos veículos brasileiros que não responsabilizam a pandemia e a estagnação econômica determinada exclusivamente por governadores e prefeitos e não pelo Presidente, pela queda do PIB brasileiro, relatam que na Alemanha a queda do PIB foi de 10% e na França foi de 7%, nestes países fruto da estagnação econômica provocada pela pandemia. São ou não são canalhas?

O Tratamento precoce, mesmo com manifesto de mais de 300 médicos locais implorando que seja disponibilizado, segue assunto proibido nas gestões PSDB, afinal de contas o Bolsonaro não tinha nada que ter aberto a boca e apoiado isto, que não tem comprovação científica, pois o que é eficaz mesmo é lockdow, que tem comprovação científica absoluta e autenticação da mídia..

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